30 de jul. de 2012

aceitar o/um amor me é mais dificil do que sentir, porque quando se sente existe já algo que não posso controlar
mas ser amada me tortura
retribuir o amor como um ato físico, aceitar o abraco,  beijo e o carinho natural são para mim uma nova língua que soa como estalo e não tenho a menor idéia do que se trata
não só refrato como agrido aquele que me ama
tenho grande pavor do que nem sei nomear, do que nunca aconteceu, do que nunca nem formulei direito
mais do que um bicho que precisa se acostumar ao cheiro, eu preciso encaixar a pessoa na minha casa, no meu corpo
eu preciso achar um modo (tudo assim friamente) de deixar que esse outro ser se misture à minha química
não é um processo de semanas ou meses
é coisa de anos
não é algo que eu trame aqui sozinha de noite na cama na janela no sofá
e nem se assemelha a desconfianca

eu gosto do que dura
eu gosto do persiste
e isso não se avalia, isso se vive
para isso não existe fórmula ou perfil, ninguém jamais vai me convencer de algo que eu não tenha sentido de primeiro impacto
todo o mecanismo doente me protege daquilo que não sou capaz de viver

quando acontece de não fugir mais dos abracos, de deixar minha mão perdida no corpo do outro é porque estou desligada do modo vadia sem coracao


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